Eis um levantamento de 2024, da McKinsey & Company, consultoria global em gestão, que confirma algo esperado: 72% das empresas mundiais já utilizam a Inteligência Artificial (IA) na rotina de trabalho. Um crescimento significativo comparado aos 55% de 2023, “É, sem dúvida, uma tecnologia importante e impactante, como nunca visto.
De 2023, quando gerávamos prompts quase que infantis no ChatGPT, para 2025, com a criação de imagens, análise de dados em tempo real e previsão de tendências, é inegável que a IA está cada vez mais consolidada como ferramenta de trabalho inovadora e essencial”, afirma Keko Rödrigues, empresário e empreendedor de São Paulo (SP), com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Os números da McKinsey & Company também soam como alerta ao mercado de trabalho, validado por dados do Fundo Monetário Internacional (FMI): 40% dos empregos em todo mundo podem ser afetados pelo aumento do uso da IA. Essa é também a média de países emergentes como o Brasil, já que em nações desenvolvidas e de menores rendas o impacto previsto é de 60% e 26%, respectivamente. Por motivos óbvios, em mercados em que os trabalhos manuais prevalecem, a IA tem menos influência. Agora, impactar não significa necessariamente a “perda de empregos para as máquinas”, ainda que esse risco seja grande.
Segundo Keko Rödrigues, é possível tirar proveito dessa tecnologia em benefício próprio. “Quem conhece e faz uso da IA generativa, que além de analisar, também é capaz de criar conteúdo novo, como textos, áudios e imagens a partir de determinados dados, consegue ampliar os horizontes de trabalho”, diz ele. “O impacto nocivo que percebo no mercado está relacionado às funções destinadas a profissionais iniciantes e em tarefas altamente repetitivas e de baixa interação humana. Nos Estados Unidos, por exemplo, as vagas de trabalho para pessoas com nível básico de conhecimento caíram 35% desde janeiro de 2023”.
A divisão de pesquisas da Microsoft divulgou uma lista de profissões que podem perder espaço para a IA, baseada em estudo feito nos Estados Unidos. Na relação, estão tradutores, intérpretes, historiadores, locutores, matemáticos, analistas de pesquisas de mercado e até balconistas e recepcionistas.
União que fortalece
Para não ser engolido pela máquina e tornar-se mais competitivo no mercado de trabalho, é louvável adicionar a IA como instrumento para buscar e desenvolver novas habilidades profissionais. Nos segmentos em que a interação humana é mesmo essencial, em que um humano prefere e precisa ser atendido por outro humano, como na área de saúde, é evidente que a máquina perde espaço. Isso, porém, não isenta os profissionais do ramo de procurarem estabelecer alianças com ferramentas de IA, pois elas são úteis na análise de exames e na elaboração de quadros com alto índice de assertividade.
Não faltam outros exemplos em que máquinas inteligentes e homens podem andar de mãos dadas. Nos setores de marketing e de vendas, os profissionais do setor têm utilizado a IA para segmentar públicos, personalizar campanhas e prever comportamentos de consumo, analisando um enorme volume de dados em tempo real. Dessa forma, conseguem tomar decisões rapidamente. Nas áreas de atendimento, os chatbots de IA estão resolvendo dúvidas durante 24 horas, mas a mágica ocorre quando o atendente humano entra em cena já com os dados e histórico do cliente. Assim, os problemas são resolvidos com mais empatia e agilidade, gerando a sonhada fidelização ao produto ou serviço oferecido.
No setor financeiro, a IA consegue controlar fluxo de caixa, prever riscos, detectar fraudes, analisar dados e até mesmo sugerir investimentos. Mas é o humano que exclui os vieses e realmente transforma toda a informação em estratégia, de acordo com a visão da empresa.
Se o seu segmento de atuação ainda pede uma visão crítica, mais conhecimento técnico, pesquisa e criatividade, além de maior refinamento de detalhes nas operações, fique tranquilo, pois você ganhou uma grande aliada, que ficaria apenas com a parte repetitiva, digamos, chata do trabalho. “ O alerta fica mesmo para quem tem a única função de executar tarefas automatizadas, com menos interação humana. Nesse caso, recomendo a busca por alternativas de trabalho, pois a máquina fatalmente vencerá a batalha por espaço”, conclui Keko.
Quem é Keko Rödrigues
Empresário com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialização em Xponential Business Administration pela Nova School of Business and Economics, de Lisboa (Portugal). Possui formação executiva pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), de Boston (EUA), com foco em inovação, disrupção e liderança estratégica. Empreendedor com passagem pelo setor hoteleiro e com sólida atuação no mercado fitness, tem ampla experiência na condução de operações estratégicas, processos de expansão e estruturação de unidades de alto rendimento.
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Carlos Amoedo