Fliperama: Onde a Nostalgia Tem Som de Moeda, Cheiro de Infância e Troco do Pão Nunca Voltava Inteiro

Entretenimento Geral

Por Luari Laevs

Houve um tempo em que diversão tinha som de moedas caindo e luzes piscando em telas gigantes. O fliperama não era só um lugar para jogar: era um templo da cultura pop, onde a infância e a adolescência encontravam palco para sonhos, rivalidades e descobertas.

Nos anos 80 e 90, cada ficha era um passaporte para aventuras que iam de lutas épicas em Street Fighter II até corridas eletrizantes em Daytona USA. As salas de fliperama eram pontos de encontro: amigos se reuniam, criavam torcidas improvisadas e transformavam cada partida em espetáculo. Quem dominava um golpe secreto virava quase uma lenda do bairro.

E quem nunca gastou o troco do pão na máquina de fliperama? Era quase um ritual secreto: sair para a padaria, voltar com menos dinheiro e mais histórias para contar e claro, com a bronca garantida em casa. Para as mães, os arcades eram o grande “vilão do bairro”, mas para as crianças, eram portais mágicos para outros mundos.

Essa febre dos arcades transbordou para o cinema, séries e música. Filmes como Detona Ralph e Pixels celebram essa herança, enquanto trilhas sonoras e estilos visuais de jogos clássicos seguem inspirando artistas até hoje. O fliperama foi pioneiro em transformar o videogame em evento social, um espaço onde cultura e tecnologia se misturavam.

Com a chegada dos consoles caseiros, muitos fliperamas desapareceram, mas sua energia nunca morreu. Hoje, bares temáticos, colecionadores e competições mantêm viva essa chama, provando que o fliperama não foi apenas um passatempo, foi um movimento cultural.

No fim das contas, o fliperama é mais que nostalgia: é uma cápsula do tempo que mostra como os games ajudaram a moldar a cultura pop que conhecemos hoje.

Por Luari Laevs

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