Por Luari Laevs
Poucas bandas conseguiram unir tanto peso, técnica e espiritualidade quanto a For Today. Formada em 2005 em Sioux City, Iowa (EUA), o grupo deixou uma marca indelével no metalcore mundial, especialmente por suas letras de fé cristã e suas performances intensas. O fim veio em 2016, mas o legado continua vivo entre fãs e novas gerações.
Origem e missão
Desde o começo, a For Today assumiu-se como uma banda cristã. O álbum de estreia, Ekklesia (2008), já refletia esse propósito: riffs pesados acompanhados de mensagens espirituais. No ano seguinte, Portraits (2009) reforçou a proposta ao contar histórias de personagens bíblicos em cada faixa.
Ascensão meteórica
Com Breaker (2010), a banda conquistou espaço no underground. Mas foi em 2012 que a For Today chegou ao topo, com Immortal, produzido por Will Putney: o álbum estreou no 15º lugar da Billboard 200 e atingiu o 1º lugar nas paradas Hard Rock e Christian Albums. Seguiram-se o EP Prevailer (2013), o poderoso Fight the Silence (2014, com participação de Matty Mullins do Memphis May Fire) e o derradeiro Wake (2015, pela Nuclear Blast).
Shows, fé e polêmicas
Nos palcos da Vans Warped Tour e em turnês próprias, a banda era sinônimo de catarse. Entre breakdowns e gritos, o vocalista Mattie Montgomery frequentemente pregava ao público, unindo fé e música em um só ato.
Em 2013, o então guitarrista Mike Reynolds deixou a banda após comentários polêmicos nas redes sociais, e foi substituído por Sam Penner. Montgomery, em resposta, publicou um vídeo pedindo respeito e diálogo, atitude que reforçou a postura pastoral da banda mesmo em meio às críticas.
Despedida e legado
Em 2016, a For Today anunciou sua turnê de despedida. Foi o fim de uma era que, embora relativamente curta, mudou a cara do metalcore cristão. Após o encerramento, os irmãos Ryan e Brandon Leitru fundaram o projeto Nothing Left, mantendo a energia pesada que os consagrou.
Hoje, a For Today é lembrada não só pelos riffs e breakdowns, mas pela coragem de levar uma mensagem positiva a um público acostumado com a agressividade sonora.
Mas o legado segue firme: uma banda que mostrou que a fé também pode gritar mais alto que o caos.
Por Luari Laevs
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